Entrevistas

Bem vindos a pagina de entrevistas do blog.
Aqui você vai encontrar todas as entrevistas relacionadas ao PIBID-UFRB.

Professora Maria Auxiliadora Lemos 

Passos de Sousa


Possui graduação em Licenciatura Em Ciências Biológicas pela Universidade Federal da Bahia (1987). Especialista em Ciências pela Universidade Estadual de Feira de Santana. Sólida experiência em Gestão Escolar, atuando nas áreas pedagógicas, administrativa e financeira. Amplos conhecimentos na área de Educação Profissional. Competência e habilidade em supervisão e coordenação de cursos profissionalizantes e formação de professores. Conhecimento e habilidade em docência na Área de Ciências Biológicas. Competência e habilidade em Assessoria Técnica Pedagógica, com construção de propostas Pedagógicas, para o Ensino Fundamental de 9 anos, da Educação Infantil, Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial e Educação do Campo na Educação Municipal de Jandaíra- BA.

Acesse o CV:http://lattes.cnpq.br/6683304414350911

1-    Do seu ponto de vista, qual a importância do programa na escola em que você ensina?
       Desde 2009 que o programa PIBID está no CETEP-Vale do Jiquiriçá. No início era um Programa interdisciplinar, depois ficou estabelecido por disciplina. Projetos como o PIBID/CAPES são uma oportunidade de estudos e práticas reais e inovadoras que resultam proveitosos para todos os envolvidos, ao oportunizar o diálogo entre a escola de ensino médio e a universidade. A imersão do licenciando da UFRB no cotidiano da escola de ensino básico vem  contribuindo para a identificação de lacunas no processo de ensino-aprendizagem e assim estimular a pesquisa no meio acadêmico, trazendo respostas positivas às demandas, dilemas e limites da educação básica. Ao vivenciar as peculiaridades da ensino médio, a universidade poderá tornar o conhecimento, produzido e sistematizado no seu meio, acessível e relevante à sociedade.
       De outro lado, o CTEP- Vale do Jiquiriçá, por ser uma instituição de educação profissional, proporcionará aos licenciandos o conhecimento de uma educação que se articula com políticas públicas e com os problemas práticos de construção dessas políticas, sobretudo no que diz respeito à sua integração com as políticas de trabalho, de educação e desenvolvimento; com as políticas de inclusão social, de combate a pobreza e de redução das desigualdades regionais; com as ações afirmativas contra qualquer tipo de discriminação; e, finalmente, com a promoção do diálogo e participação social.
      O corpo docente da escola-campo acolhe com muito respeito à parceria do CETEP com a UFRB/ CFP. A atuação dos alunos-bolsistas no CETEP foi e é muito enriquecedora para toda equipe escolar.

2-    Você enquanto professora notou alguma mudança nos seus alunos (aceitação, incentivo) depois das atuações do programa na escola?
         Sim.
    Nas turmas acompanhadas pelo Programa é perceptível o aumento de interesse em interagir nas atividades programadas pelos bolsistas do PIBID/ Química.
      Os bolsistas deram contribuições significativas às atividades desenvolvidas nas aulas e oficinas, ajudando a torná-las produtivas, dinâmicas, envolvendo toda a turma nas atividades propostas no planejamento.
     Os alunos tem um nível de aceitação grande ao programa e muita empatia com os bolsistas; sentem-se valorizados em estarem participando de um programa em parceria com a Universidade, e esta motivação faz com que eles estudem mais, participando com afinco das oficinas propostas pelo PIBID, e respondendo bem ás intervenções em sala de aula,  elevando assim, o nível de aprovação na disciplina.

3.  Quais os desafios que você tem encontrado na sua escola com relação ao programa?
    O ato de ensinar é regado por desafios, rupturas e resistências, erros e tentativas, frustrações e êxitos, no qual cabe ao professor ancorar-se na ciência da educação, considerando todos os procedimentos adequados do ponto de vista teórico-metodológico. Portanto, preparar o docente para ensinar implica diretamente prepará-lo para refletir sobre o próprio ensino, estabelecendo uma efetiva relação entre teoria e prática.
     Diante das dificuldades já tão conhecidas no ensino público, os projetos que surgem, buscando amenizar essas situações e que visam uma melhor apreensão do conhecimento pelos alunos, sempre são bem vindos. O Pibid é um desses projetos que contém tal característica.
    No caso do CETEP- Vale do Jiquiricá ,foram realizadas atividades bastante participativas entre os bolsistas do PIBID e os alunos da escola. Os bolsistas fazem intervenções em sala de aula sob a supervisão do professor supervisor, visando uma aula diferenciada, na intenção de dar um estímulo maior ao aluno, dentro de seu contexto educacional, realizam oficinas  , participam de o uso do laboratório, a realização de “Aulão de Química” para o ENEM, realização de eventos científico-culturais, visitas a universidade, mostra de projetos temáticos. É importante ressaltar que todas as atividades realizadas foram planejadas com base no programa de ensino do professor supervisor.  Para o desenvolvimento dessas, foram realizadas reuniões de planejamento e formação. As reuniões de planejamento ocorreram na escola ou universidade e são feitas com os bolsistas de iniciação à docência junto com o supervisor e o coordenador do projeto. Esse planejamento foi fundamental para que as atividades alcançassem seus objetivos.  As reuniões de formação são realizadas com a presença de todo o grupo do subprojeto, possuindo um caráter pedagógico e metodológico no estudo do ensino de Química e Biologia, pois fazemos uma interdisciplinaridade com essas duas disciplinas.
       É importante ressaltar que temos uma parceria salutar com a Prfª Cíntia , que também,  leciona a disciplina Química, no CETEP,  e participa das atividades propostas pelo PIBID, pois, trabalhamos com as mesmas turmas  de alunos no CETEP.
     As dificuldades sempre serão encontradas. Cabe a todos os envolvidos ter a maturidade de superar e aprender com os erros e limitações.

4. O PIBID de alguma forma auxilia os alunos (aprendizado) na disciplina em que você ensina? Como?
 Sim.
       As práticas das sequências didáticas tão discutidas, feitas e refeitas nos levam ao amadurecimento e a buscar fazer educação com o olhar no outro, na necessidade de crescimento do aluno no mundo atual.
Para se caminhar buscando crescer são necessárias avaliações e feedbacks para que se possa construir uma base sólida para o desenvolvimento do educando. Não se pode fazer nada por acaso e improviso. E partindo desta premissa afirmo que o PIBID QUÍMICA é pautado em bases sólidas que buscam o crescimento de todos os envolvidos: Coordenadores, Supervisores, alunos-bolsistas e comunidade estudantil da escola-campo.
      A escola por ser técnica profissionalizante, possui um público diferenciado, e a parceria com o PIBID Subprojeto de Química só vem a fortalecer a aprendizagem dos alunos, através das trocas de saberes e experiências com os bolsistas. É preciso somar esforços no intuito de agregar conhecimento, estabelecendo parcerias que geram novas formas de aprender a apreender.

5. Como tem sido sua experiência como supervisora do PIBID Química?
     Como supervisora, que acompanho o Programa PIBID desde 2009,  além da ajuda e suporte que recebo dos alunos-bolsistas nas atividades em sala de aula com os estudantes, o contato com o mundo acadêmico traz atualidades e novas formas de fazer educação, e me faz  refletir sobre os meus saberes profissionais, o que vem promovendo crescente interesse na retomada dos estudos.
      Um dos motivos que me faz  realizada em está participando desse programa, é vê muitos dos nossos alunos egressos, que foram motivados a cursarem as licenciaturas ofertadas na UFRB/CFP, e hoje, participando como bolsistas do PIBID, bem como já professores no CETEP e outras Unidades Escolares.
Isso mostra, como o programa tem uma grande interferência, e relevância na escolha profissional dos nossos alunos, para as licenciaturas, pois  frutos bons já foram colhidos desta parceria. E espera-se que esta troca de saberes permaneça.
Sendo assim, o objetivo do Programa está sendo alcançado, pois ele veio para, dá qualidade e valorização das práticas escolares; o incentivo a iniciação à docência; a valorização do magistério; aproximação entre educação superior e educação básica; a articulação entre teoria e prática elevando a qualidade das ações acadêmicas, sendo assim melhorar o nível do processo ensino- aprendizagem do Ensino Médio.
       Fazer educação é fazer parcerias. E toda parceria cresce pautada no respeito pelo outro, e o PIBID tem esta característica - buscar no outro a parceria que complemente o saber o desenvolvimento humano.
Ser escola e ter como parceiros pessoas que fazem educação, é um presente enriquecedor que não tem preço.
      Dessa forma, PIBID de Química está  contribuindo com a comunidade escolar do CETEP de forma indissolúvel de suas atividades de pesquisa, ensino e extensão.
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Professor Msc. Leandro do Nascimento

 Diniz


Licenciado em Matemática pela Universidade Federal da Bahia (2000). Especialista em Educação Matemática pela Universidade Católica do Salvador (2003). Mestre em Educação Matemática pela Universidade Estadual Paulista (2007), com dissertação sobre Modelagem Matemática e Tecnologias da Informação e Comunicação. Doutorando em Ciências da Educação, especialidade Educação Matemática, pela Universidade do Minho. Atuou como professor da Educação Básica por oito anos e foi docente de um curso de Licenciatura em Matemática na modalidade EAD por dois anos. Atualmente é professor do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), no Centro de Formação de Professores, em Amargosa, Bahia, Brasil, atuando com componentes curriculares da área de Educação Matemática. Membro do Grupo de Pesquisa Educação Matemática no Recôncavo da Bahia (GPEMAR), do Grupo Educação Matemática em Foco (EMFoco) e membro associado do Grupo de Pesquisa em Informática, Outras Mídias e Educação Matemática (GPIMEM). Atualmente está como coordenador institucional do PIBID na UFRB desde agosto de 2012, após atuar como coordenador do subprojeto de Matemática de abril de 2010 a julho de 2012. Tem experiência na área de Matemática, com ênfase em Educação Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: Tecnologias Digitais, Modelagem Matemática na Educação Matemática, Educação Estatística e Formação de Professores de Matemática. 


1. Como professor de um centro voltado à formação de professores, como você avalia a iniciativa da CAPES/MEC de criar um programa nacional de incentivo à docência para a educação básica?
Bom, eu vejo com bons olhos. Quando nós aqui do Centro de Formação de Professores começamos a discutir o PIBID foi em 2009, eu tinha ingressado aqui em agosto de 2009 e tinha uma equipe da qual eu não fazia parte no início, que estava a frente. Eu entrei em outubro, fiz o subprojeto de matemática e a gente começou a trabalhar. Quando nós começamos a trabalhar no PIBID, em abril de 2010, quando o primeiro edital começou, a gente, e acho que nem a CAPES, tinha uma noção clara do que era o PIBID, então a gente passou um ano tentando entender o que era o PIBID. Hoje, depois de três editais, esse já é o quarto edital, a gente já tem uma noção muito clara do que é e da sua importância. Não é em ordem, mas eu vou listar alguns pontos de importância do programa aqui dentro do CFP e dos outros centros de ensino da UFRB que possuem cursos de licenciaturas. Primeiro, tem uma coisa que é básica, que é estar ajudando estudantes de licenciatura a permanecerem nos cursos, uma bolsa é um auxílio no sentido de estar ajudando financeiramente as pessoas. Segundo, é a pessoa entender o que é licenciatura, o que é ser professor, o que é ser docente. Então, uma crítica que sempre existia é que 'os estágios são muito rápidos', 'você tem pouca relação com a realidade da escola', 'os cursos são muito teóricos', 'a realidade é outra coisa', e isso são fatos que desde a minha época de graduação a gente ouvia falar. E apesar da carga horária de estágio ter sido ampliada, de ter mais disciplinas pedagógicas das áreas específicas, que se aproximam mais da realidade da escola, mas, mesmo assim, ainda temos alguns cursos que estão distantes da realidade da escola pública atual. No PIBID, alunos, desde o primeiro semestre, estão tendo contato com a realidade da escola, isso possibilitou ele conhecer melhor seu futuro campo de atuação. Então me parece ser uma política pública, que não é brasileira, é um programa inspirado em programas de outros países , e que a CAPES junto com o MEC trouxeram para a realidade brasileira e começaram a implementar: esse me parece ser o ponto mais importante do PIBID, o aluno e a aluna da licenciatura entender melhor seu futuro campo de atuação. Então, a questão de indisciplina, da avaliação, toda questão burocrática que ele vivencia dentro da escola, de preencher caderneta, de uma melhor compreensão entre relação o que é ideal para se fazer e o que é possível de se implementar, tudo isso, na minha opinião, teoricamente, os subprojetos deveriam estar atuando. As reais demandas das escolas, os subprojetos deveriam estar atendendo, uns mais, outros menos. Para isso, a presença do supervisor é muito importante, no sentido de buscar a aproximação com a realidade da escola, com as demandas que lá emergem. O PIBID é um programa em que se encontram licenciandos e licenciandas, professores da universidade e os professores das escolas, os quais estão juntos em um grupo de formação, pensando alternativas para a escola: isso me parece fundamental. Outro ponto também que o PIBID me parece que tem dado uma contribuição grande é que se valorizava muito o PIBIC dentro da universidade, se valoriza muito a pesquisa científica, a iniciação científica, e a iniciação a docência nem tanto como se deveria, falo isso de modo geral. O PIBID deveser um Programa com o mesmo patamar de um PIBIC. É claro que por mais que a gente tente fazer isso, por mais que exista a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, ainda que de modo informal, a pesquisa tem um respaldo maior dentro da universidade, infelizmente. Mas o PIBID coloca como uma forma de tencionar isso, inclusive eu recebo e-mails de alunos de bacharelados, de outros centros de ensino, incluindo cursos que não tem nenhuma relação com a licenciatura, perguntando por que não podem participar do PIBID, mostrando que é um programa que alunos de outros cursos gostariam de ter contato. Isso porque apesar de estarem em cursos de bacharelado na área de saúde, por exemplo, tem alunos que gostariam de estar em licenciaturas, ou gostam da docência, enfim, gostariam de ter essa formação, mas aí não é permitido, o que fortalece o programa. Ele dá a oportunidade para que muitos alunos possam ter contato. Então a valorização do magistério, colocar o supervisor como um destaque, isso me parece também que outros programas não tem feito, colocar a escola como um espaço de formação, isso tudo coloca um destaque para o PIBID. Eu coloquei alguns pontos aqui.  Eu acho que tem outros, mas enfim, esses são os mais importantes, na minha opinião.

2. Estamos trabalhando em um novo edital do PIBID Capes, e assim como no anterior, você é o coordenador institucional do projeto. Como você avalia o trabalho realizado durante o edital anterior? E com relação a este novo projeto, como você enxerga o trabalho que está sendo realizado?
Primeiro que no outro edital a gente trabalhava só com um coordenador em cada subprojeto. E o edital que eu estava à frente ele só tinha cursos aqui do CFP, então eu não tinha nenhum contato com colegas de Cruz das Almas e de Cachoeira. Era uma dinâmica em que a quantidade de alunos era pequena, a de supervisores era pequena e as escolas eram praticamente todas na sede aqui de Amargosa, só havia três na zona rural, mas de Amargosa, nós nos concentrávamos todos aqui. Agora temos uma mudança geográfica de atuação. Depois, um crescimento do número de bolsistas, mais coordenadores, mais supervisores e mais locais de atuação, pois agora a gente congrega todos os centros [da UFRB] que tem licenciatura, com exceção do CETENS que tem o PIBID Diversidade que também está presente no curso de Educação do Campo daqui do CFP. E também o PARFOR que a gente não conseguiu congregar dentro do programa, talvez pela própria característica do PARFOR. Essa também me parece outra característica importante. Além disso, os cursos que só atuavam aqui em Amargosa começaram a atuar em várias outras cidades e também os colegas de Cruz das Almas que começaram a atuar em Sapeaçu. Há uma ampliação do número de escolas, de cidades envolvidas, de alunos, de subprojetos, enfim, toda essa parte estatística que mudou. Com relação ao trabalho, o outro edital quando eu ingressei já estava no meio, então já tinha uma caminhada sendo realizada com os colegas e eles tinham já uma forma de trabalhar, então não podia fazer muitas modificações, mesmo porque eu só iria ficar por um ano, mas acabei ficando um ano e meio, e também estava aprendendo o que era ser coordenador institucional, tudo isso estava envolvido. Mas, eu diria que seria continuidade de um trabalho que foi bem desenvolvido, e mais fácil de ser desenvolvido porque era só aqui, tudo isso eu acho que conta. Mas eles já tinham uma equipe, já trabalhavam em uma escola de modo interdisciplinar, e naquela escola só se trabalhava desse jeito. Então isso foi uma coisa acordada lá no início quando o projeto institucional foi lançado, então eu fiz muito mais a continuidade de um trabalho e que a gente fez algumas implementações, mas que foram pontuais. Esse ano não, a gente começou do zero e com essa ampliação nos dados estatísticos que eu mencionei, nós completamos um ano agora a pouco, no dia 11 de março de 2014, então a gente acabou de completar um ano, e a caminhada do subprojeto depende muito do coordenador. Quando você pega um professor que já está no PIBID há mais tempo, ele já sabe o que é o PIBID então é mais fácil ele caminhar. Quando a gente pega um colega novo, e aí foram vários, eles precisam primeiro entender o que é o PIBID. Então, esse primeiro ano ficou um pouco nesse perfil, colegas que já sabiam o que era o projeto, mas que não podiam também caminhar muito, porque, por exemplo, no projeto passado só tinha um coordenador para Química, então o que ele decidisse no seu projeto era responsabilidade dele, mas agora temos quatro, sendo que tem novos nessa lista, então, quem tinha mais experiência não podia avançar muito porque aí os outros poderiam ficar prejudicados, em algum momento eles tinham que trabalhar em parceria, por exemplo, para utilizar os recursos. Isso tudo levou com que o projeto nesse primeiro ano fosse muito mais um momento de consolidação e de afirmação dele, em entrar em acordo e reajustes com os colegas. Assim, me parece muito mais um ano de início mesmo, então fica meio difícil comparar os dois momentos. Um estava mais para a condicionalidade de um projeto que já estava há um tempo caminhando e o outro, esse atual, é um projeto que está no começo. Eu diria que os primeiros trabalhos estão sendo lançados, as primeiras propostas estão sendo publicadas, mas a gente passou um momento de alguns coordenadores ainda se situarem ao que é o PIBID. Eu lembro que teve um coordenador que falou “olha, Leandro, só agora, depois de seis meses, é que eu estou entendendo o que é o PIBID”. Outros talvez um pouco depois, enfim, mesmo assim tem alguns coordenadores que são novos, entraram agora no início do ano de 2015. Todo um processo de maturação, digamos assim, tanto dos coordenadores novos, quanto dos alunos de iniciação à docência novos e dos supervisores novos, e da gestão também, pois a metade da gestão também foi substituída, e agora a gente substituiu a metade de novo. Então quando as coisas estavam mais ou menos entrando no ritmo, existiram mudanças, e agora a gente está se readequando novamente, e isso tudo é um processo. Mas eu vejo daqui pra frente com novas perspectivas de crescimento do PIBID.

3. O PIBID UFRB está atuando em diferentes cidades da região. Como foi feito o contato com as secretarias de educação dos municípios e as próprias coordenações dos colégios para envolver as escolas no Programa? Como foi/está sendo a receptividade?
Quando fomos escrever o projeto institucional para ser submetido para a CAPES, para ser avaliado, foi colocado entre os coordenadores, que foram escolhidos pelos colegiados, quais as escolas em que atuaria. Porém, como alguns cursos só atuam no ensino médio, percebemos que algumas escolas ficariam sobrecarregadas como, por exemplo, o Colégio Estadual Pedro Calmon, Colégio Estadual Santa Bernadete e o CETEP (Centro Territorial de Educação Profissional do Vale do Jiquiriçá), porque teriam todos os subprojetos do PIBID, além de outros projetos e dos estágios. Sendo assim, começamos pensar em uma estratégia para que as escolas não ficassem cheias de estudantes da UFRB. Então, a alternativa que se criou foi sair de Amargosa, nisso eu pontuei para os colegas que tinha uma escola em Mutuípe que já havia solicitado o PIBID, aí ficou a cargo dos coordenadores de área fazer o contato. A princípio, os contatos foram feitos com as direções das escolas, ou por já ter algum contato, ou algum projeto, ou mesmo foram nas escolas e conversaram com a direção. Das escolas que foram contatadas, todas toparam. Tínhamos também a questão do transporte para deslocamento até as escolas, que foi bastante discutida com a direção do centro, e resolvida dentro das possibilidades, com alguns problemas iniciais, mas que logo foram sanados. O que recebemos de resposta dos coordenadores é que a receptividade desde o início foi muito boa. A gestão não chegou a fazer visitas a nenhuma dessas escolas ainda, porque queríamos que o primeiro ano dos subprojetos, fosse para sua consolidação para só então fazermos contatos, mas já estamos programado estas visitas, começaremos por Cruz das Almas, Cachoeira e Sapeaçu, porque é onde a gestão do PIBID está mais distante, depois iremos para as demais, pois estamos mais próximos. Essa receptividade é tanta que professores de outras áreas e escolas, que ainda não tem o projeto começaram a solicitá-lo e isso é algo que é permitido. A CAPES disse que a partir de um ano poderíamos ampliar o projeto, mas ela não permitiu esta ampliação para esse ano. Nós já estávamos discutindo para tal o aumento de escolas, coordenadores, supervisores e bolsistas de iniciação a docência, mas como não foi possível, existe então, a expectativa de que isto aconteça no ano que vem. O legal é que estamos percebendo que há comprometimento no projeto, ao ver outros professores e escolas o solicitando, e que os alunos das escolas, que já foram contempladas, estão gostando. Além das visitas dos alunos dessas escolas aqui no Centro de Formação de Professores, em que eu também recepcionei uma dessas visitas, onde alguns alunos falaram que não imaginavam que poderiam ser alunos daqui, a ponto de perguntarem se precisava pagar para estudar aqui, sem saber que aqui é uma instituição pública e gratuita. Isso traz uma nova perspectiva para estes alunos, que agora estão no Ensino Médio e Fundamental, e que um dia possam vir a serem alunos do CFP.

4. Todas as metas do projeto que eram planejadas para o ano passado foram alcançadas? E como a gente sabe, as aulas das escolas parceiras voltaram recentemente, quais são as expectativas para este ano?
As expectativas para este ano são melhores do que as do ano passado, isso porque ano passado foi a implementação do projeto. Este ano esperamos que os subprojetos façam intervenções melhores, uma formação melhor e maior para os bolsistas ID, que os supervisores tenham uma visão melhor do programa. Logo, que o programa caminhe mais do que o ano passado. Com relação às metas, nós não temos uma meta por ano, mas temos algumas metas que devem ser realizadas dentro dos quatros anos. Temos algumas metas que estamos tendo dificuldades em implementar, mesmo pensando nos próximos anos. Como hoje temos em torno de 384 bolsistas de iniciação a docência (ID), se fôssemos colocá-los, em torno de 50 por sala aqui no CFP, precisaríamos de 8 salas. Isso cria algumas limitações, por exemplo, a CAPES quer que façamos uma formação em língua portuguesa para os bolsistas, colocamos no projeto institucional que faríamos isso, mas na hora de implementar vimos que não é fácil de ser feito, pois como já coloquei para vocês, para isso precisaríamos de 8 salas superlotadas, além de que precisaríamos de profissionais com horário disponível para isso. A gente sabe que essa formação não acontece em duas horas, é preciso planejar um curso com uma boa carga horária, então seria difícil da gente conseguir professores disponíveis para tal atividade. Isso é uma dificuldade, o questionamento que surgiu foi “como é que vamos tratar isso?”, a solução foi os coordenadores das áreas ficarem responsáveis por tal atividade. Por exemplo, quando vocês submeteram trabalhos para o ENALIC e outros eventos, os coordenadores ficaram responsáveis de estarem junto com vocês fazendo as discussões dos erros e as correções. Isso ajuda, isso é uma parte da formação, mas essa não é a forma que a gente ver como a melhor, o melhor realmente seria o curso. Contudo, com essa dimensão, não sabemos como fazer, pois ainda temos dois cursos que estão localizados em outros Centros e não temos professores da área de Letras suficiente para isso. Outra meta que estamos desde 2010 querendo fazer, e que está novamente nesse projeto, é o lançamento de um livro do PIBID. A gestão anda conversando sobre isso, em como a gente pode ajudar na implementação disso, já que é uma meta e temos recursos para isso, mas não conseguimos fazer. Já tivemos alguns artigos, mas não o suficiente para um livro, então essa é uma meta que estamos tentando alcançar. Outra meta que devemos retomar, e que parece crítica, mas que vem acontecendo desde o primeiro ano é o fato de não conseguirmos utilizar todo o recurso disponível para o PIBID, parece uma coisa curiosa, e todo mundo fala que a gente sempre quer mais recurso, porém o que me pareceu desde o primeiro ano, é que mesmo tendo a dificuldade de repasse de recurso pela CAPES, não conseguimos gastar todo o recurso do ano, e mesmo se repassasse os recursos do ano todo na data certa, não teríamos gasto. Logo, temos que ver, não só com os coordenadores, mas também com os demais bolsistas, uma forma de otimizar os recursos, então essa é outra meta que a gente não cumpriu ano passado, mas que a gente deve analisar como fazer.

5. Para terminar, qual mensagem o senhor deixaria, para os bolsistas, como uma forma de incentivo?
Eu disse no seminário de abertura que o PIBID não é uma bolsa nem melhor, nem pior que as outras, ela é diferente e eu acredito que a formação também. Eu gostaria de ter sido bolsista do PIBID na minha graduação, mas não tive essa oportunidade porque não existia esse programa. Mas o que eu gostaria de deixar como incentivo é que as pessoas conseguissem vestir a camisa do programa, no sentido de que começassem a perceber que a bolsa é importante, no entanto, a formação que lhe está sendo oportunizada, com o PIBID, é o que pode dar um grande diferencial na sua carreira profissional no futuro, tanto no que diz respeito à prática pedagógica que ele vai ter em algum momento, quanto no que diz respeito a um possível concurso que ele possa participar. E que este ‘vestir a camisa’ fosse direcionado para os direitos e deveres dele, porque estamos em um contexto atual, não só no PIBID, no CFP, ou na educação, onde as pessoas estão cobrando muito os seus direitos, mas, algumas vezes, estão se esquecendo de olhar para os seus deveres. Quero deixar claro que isso é uma interpretação pessoal. Gostaria que os estudantes vestissem a camisa dizendo assim: “eu sou corresponsável por esse projeto”, e não colocar apenas o coordenador como responsável pelo subprojeto. Que cobrasse o coordenador quando fosse preciso, que se permitisse ser cobrado quando preciso, que cobrasse os supervisores, para não ficar só naquela comparação dos direitos, por exemplo, algo que já aconteceu aqui, ou agora ou em momentos anteriores, “o coordenador ‘X’ está cobrando muito”, então eu perguntei: “isso está sendo cobrado dentro das suas 12 horas? Isso está sendo cobrado dentro do que o projeto, como um todo, está propondo?”, para todas as indagações a resposta foi positiva, então isso não é motivo de cobrança, ao contrário, isso na minha opinião, é motivo de cobrança dos outros, porque a comparação acontece com os outros subprojetos que não trabalham como esse subprojeto. Então, que ao invés do parâmetro de qualidade ser o projeto em que não há tanto trabalho assim, o parâmetro de qualidade e de cobrança, e do tal dos direitos, deveria ser o subprojeto que as coisas acontecem. Então, eu como aluno de licenciatura, eu gostaria de estar em um subprojeto onde as coisas acontecessem, pois como consequência disso, eu vou ter uma formação melhor, eu vou ter um conhecimento da realidade escolar maior e melhor e vou ter mais viagens e mais publicações, por consequência. Então, meu desejo é que a gente trabalhe bastante, e que a pessoas possam perceber o quanto a gestão está empenhada em resolver as coisas, que possam tentar resolver os problemas que sabemos que existem dentro dos subprojetos, mas que isso seja feito com ética, com respeito, com diálogo, eu acho que essa é uma palavra que está faltando muito na educação, diálogo com as pessoas, dialoguem com os pares do grupo, dialoguem com os coordenadores internamente, e se isso não for suficiente, aí procurem as instâncias superiores, neste caso a gestão. É dentro dessa perspectiva que eu entendo que o PIBID deveria funcionar e não com uma exposição, no facebook, de problemas que estão acontecendo ou exposição diretamente a mim, sem tentar resolver com o coordenador, ou com os supervisores, ou com os bolsistas ID, ou simplesmente fazer de conta que está tudo bem e ir “empurrado com a barriga porque estou ganhado a minha bolsa” e pronto. Sei que essa fala pode parecer um pouco polêmica, da minha parte, e talvez alguns não gostem, mas a intenção é exatamente que as coisas funcionem no caminho para que seja bom para todos, e que eu possa dormir tranquilo e dizer “olha eu tinha que cumprir estes deveres e direitos e eu atingi tais metas”, e isso vai ser bom para todo mundo. Eu não entendo isso como cobrança excessiva, nem que se esteja exagerando em cobranças Essa cobrança é para que todos possam caminhar juntos e para que as metas possam ser cumpridas. Eu gostaria de deixar registrado, também, que nós, enquanto gestão, quando eu falo gestão não é só o coordenador institucional, mas também os coordenadores de gestões de processos educacionais, que estamos trabalhando no sentido de avaliar o projeto como um todo, onde já foram feitas ou vamos fazer visitas aos subprojetos. Logo estamos buscando ter um maior diálogo com as equipes, uma melhor avaliação do que está sendo feito em cada subprojeto para ver as dificuldades enfrentadas pelos mesmos, criando cada vez mais métodos de avaliação, pois sabemos que nem tudo está há “mil maravilhas” e que todos pudessem dar as mãos e caminhar juntos nesse sentido, isso só faria com que as coisas ficassem cada vez melhor, mais próximos daquilo que as quase 500 pessoas, que estão envolvidas no PIBID da UFRB, entendem como ideal.

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Professora Drª Floricéa Magalhães Araújo


Possui doutorado em Química pela Universidade Federal da Bahia (2007), mestrado em Química pela Universidade Federal da Bahia (2002) e graduação em Química pela Universidade Federal da Bahia (1999). Atuou como docente da Faculdade de Tecnologia e Ciências dentre os anos de 2004 a 2008, tendo ministrado disciplinas de Química nas várias Àreas do Conhecimento: Saúde e Engenharia. Atualmente é professora adjunta II da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), tendo atuado na gestão acadêmica como Coordenadora da Área do Conhecimento de Ciências Exatas e da Natureza, Acessora e Vice-Diretora Pro Tempore do Centro de Formação de Professores. Trabalha com temas extensionistas voltados a Biodiversidade, Etnobotânica e Tecnologia Social e Coordena o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) na UFRB. Tem experiência na área de Química, com ênfase em Química dos Produtos Naturais, atuando principalmente nos seguintes temas: Poiretia bahiana (Leguminosae), Acritopappus (Asteraceae), Óleos Voláteis, diterpenos, isoflavonas, rotenonas e atividades biológicas.

http://lattes.cnpq.br/4069440417126503


1. Fale um pouco sobre os objetivos propostos para o III Seminário PIBID UFRB.
O seminário PIBID UFRB teve como objetivo socializar com a comunidade acadêmica, com os membros da escola básica e entre os bolsistas envolvidos nos subprojetos, as atividades desenvolvidas no âmbito do PIBID/UFRB.
A ideia de juntar o III Seminário PIBID com o II Fórum de Licenciatura foi ampliar as discussões para além dos Pibidianos, na perspectiva de aproximar ainda mais a Escola básica da Universidade, uma vez que tivemos apresentações das atividades desenvolvidas por escola.

2. Como coordenadora institucional do PIBID, qual o sentimento de estar realizando mais um evento voltado à formação de professores?
Além de estar cumprindo uma etapa prevista no projeto institucional (socialização das atividades), sinto-me lisonjeada pela oportunidade de presenciar as atividades desenvolvidas por vocês bolsistas, ter a amplitude de como todo PIBID vem atuando à medida que eu passava em cada stand. A minha maior satisfação nesse evento foi constatar que a nossa proposta de PIBID/UFRB dentro dos subprojetos, com todos os percalços que nós temos, está sendo executada.

3. Com relação às possibilidades de ampliação e atuação do PIBID na UFRB, o que podemos esperar para esse ano de 2013?
Bem, o PIBID já foi ampliado no edital de 2012, o que nós temos agora é uma possibilidade de prorrogação até o final de 2013.
A proposta da CAPES, é fazer um novo PIBID para 2014. E a UFRB participará desse novo processo que passará a ter um único subprojeto por licenciatura, podendo ter até dois coordenadores de área. Assim, os subprojetos se tornarão mais amplos e mais interativos do que o que temos atualmente.
Acredito que com essa possibilidade de ampliação, diria melhor, modificação do PIBID, podemos esperar um trabalho mais interdisciplinar entre os subprojetos e uma maior interação entre os estudantes do mesmo curso, pois o que nós temos hoje é um PIBID que trabalha com o Ensino Médio e outro PIBID que trabalha com o Ensino Fundamental II, se esses dois PIBID’s tornarem um único subprojeto, os bolsistas poderão trabalhar interagindo entre si, participando da mesma reunião com os dois coordenadores, uma vez que todos farão parte da mesma proposta institucional do PIBID.

4. Qual a sua opinião a respeito da criação do Blog PIBID de Química?
Acho muito importante para a divulgação das atividades, inclusive penso que todo subprojeto deveria ter o seu blog, pois além de ser um espaço onde você tem a oportunidade de divulgar o seu trabalho, trata-se também de um espaço de interação entre universidades e subprojetos de outros PIBID’s.


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Professora Drª Nidia Majerowicz


Possui graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1978), mestrado em Biologia Vegetal pela Universidade Estadual de Campinas (1984) e doutorado em Ciências Biológicas (Botânica) pela Universidade de São Paulo (1997). Atualmente é professor Associado 1 da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Botânica, área de Fisiologia Vegetal, com ênfase em Nutrição e Crescimento de plantas, atuando principalmente nos seguintes temas: desenvolvimento vegetal, , nutrição mineral, metabolismo do nitrogênio, cultivo hidropônico, Catasetum fimbriatum, Lycopersicon esculentum, Coffea arabica, ensino de fisiologia vegetal, educação superior, ensino de graduação, licenciaturas. Decana de Graduação da UFRRJ de 2005 a 2010 e Pró-reitoria de Graduação a partir de 2011.

http://lattes.cnpq.br/7761537141155083


1. Qual a importância que o II Fórum de Licenciaturas da UFRB tem para formação e prática docente?
A importância maior que vejo é a discussão feita sobre a formação e a reestruturação curricular das licenciaturas. O Fórum é um local que permite que professores e estudantes problematizem os diferentes aspectos da formação e busquem caminhos para um reestruturação curricular que permita a formação de um professor mais ativo, mais protagonista, alguém capaz de ter autonomia para fazer pesquisa , para que a comunidade valorize cada vez mais a formação de professores, e, para que isso resulte em mudanças curriculares efetivas que melhore a formação do estudante.

2. O tema do II Fórum de Licenciaturas é: “Formação Inicial e Continuada de Professores no Brasil: Qual o papel da UFRB?” Para a Senhora, qual será o papel da UFRB neste processo?
Em todas as Universidades públicas deste país esta discussão deveria se desenvolver primeiramente, e parabenizo esta instituição por esta iniciativa continuada onde seus professores e alunos se dispõem a organizar um evento e aprofundar sobre questões relativas a formação continuada. A segunda coisa que vejo é que neste processo, os próprios professores da Educação Superior precisam participar da formação continuada, porque melhorar a formação do estudante passa também pela mudança dos formadores. Vejo como um exemplo de caminho a ser seguido e como um passo para própria UFRB contribuir nacionalmente na estruturação de mudanças curriculares que sejam efetivas para uma formação de qualidade.

3. Confere-lhe alguma contribuição participar de um evento como este?
Com certeza! A primeira contribuição é saber que o trabalho que eu fiz na minha instituição encontra ressonância e está se realizando em várias Universidades. Foi uma alegria ser convidada, porque é uma preocupação que tenho como professora, quando tive como pró-reitora de graduação, foi como que um resgate de algo que trabalhei intensamente ao longo de vários anos e que neste momento foi solicitado que eu viesse dar uma contribuição aqui na universidade. Foi extremamente significativo, como professora e como pessoa envolvida com a educação e formação de professores.

4. Qual a sua opinião sobre o projeto PIBID?
O PIBID é uma excelente oportunidade para os estudantes e para a Universidade. Primeiro que o PIBID valoriza a docência e o aluno da licenciatura vindo mostrar que o professor é importante, e tão importante, que ele recebe uma bolsa para desenvolver atividades em que o aluno, ao longo da sua formação, participa ativamente da mesma.
Vejo como uma das iniciativas mais relevantes dos últimos anos na área da educação: valorizar as licenciaturas, os alunos da licenciatura e, a partir disso, eles elevarem sua autoestima e se convencerem de que são importantes enquanto futuros professores e enquanto pessoas que estão se formando e se qualificando para contribuir com a Educação Brasileira. Porque se não, tudo mais é falácia. É uma das coisas mais relevantes que o governo fez de eficácia para melhorar a qualidade das licenciaturas. E para a Universidade é importante porque, na medida em que o aluno se motiva, em que ele passa a se sentir pertencendo ao curso de licenciatura ele não evade, e a evasão é uma coisa muito séria e muito preocupante na Universidade.

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Discente Laís Andrade 


Graduanda do curso Licenciatura em Química (2009.2) Centro de Formação de Professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - CFP/ UFRB, , bolsista do PET - Educação e Sustentabilidade, voluntária do PIBID Participou como membro discente da Comissão Própria de Avaliação - CPA/UFRB. 



1_ Como surgiu à proposta da oficina de sabão, quais experiências foram adquiridas a partir desse projeto?
A proposta da Oficina de Produção de Sabão já existia em nosso subprojeto de Química; o grupo responsável pela mesma (na época – 2010 - eram Eu, Valdirene, Ana Paula e Rafaelly) pesquisou adaptou e criou uma nova metodologia para a produção de sabão a partir de óleo residual de fritura.
Várias foram às experiências, mesmo porque estávamos iniciando o curso de Lic. em Química e mal sabíamos utilizar o laboratório e reagentes no geral. Nesse sentido, o momento foi propicio para o amadurecimento, autoconfiança e crescimento acadêmico. E também o grupo tinha a “missão” de guiar uma estudante do Ensino Médio e inseri-la dentro do contexto em que estávamos trabalhando.

2_Qual a importância de fazer sabão ecológico?
O nosso sabão é feito a partir do óleo residual de fritura, ao resgatar algo (óleo) que seria descartado em nosso planeta nós contribuímos significamente com o meio ambiente e principalmente com a nossa saúde, pois esse descarte incorreto pode acarretar: entupimento de pias e tubos, poluição de lençóis freáticos, rios e lagos, além de impermeabilização do solo etc. Por isso, como parte introdutória da nossa oficina sempre tentamos abordar a Química e o Meio Ambiente e consequentemente, conscientizá-los sobre a importância de se reutilizar este material.

3_ Como uma das fundadoras do projeto, qual a sensação de ver a surpresa dos participantes das oficinas em poder produzir um sabão em tão pouco tempo?
A sensação é maravilhosa e única.
Fico surpresa e encantada em cada nova realização da oficina.  E como o público foi de ambientes escolares diferentes, a motivação e o interesse de cada é diversificado, mas uma coisa foi comum em todas – a solicitação do nosso retorno para realizar novamente a oficina, tanto por parte dos alunos como dos professores. E ao saber que podem levar para casa a alegria é contagiante, pois querem mostrar aos pais o que produziram e assim disseminam e conscientizam sobre a transformação do óleo em sabão.

4_Você acha que esta experiência foi importante para sua formação acadêmica?
Claro, sem dúvida alguma. A oficina me proporcionou a inserção no ambiente escolar mesmo antes das atividades práticas da graduação. E, principalmente, perder o medo de enfrentar e conhecer a realidade em que está imersa a comunidade onde se vai atuar, tanto para o desenvolvimento de um projeto, quanto para nossa futura profissão de educador o que é essencial para a formação inicial dos estudantes de licenciatura.

5_Qual foi a sensação ao aplicar esta oficina pela primeira vez?
A sensação não foi muito boa, estávamos todos temerosos e ansiosos. A oficina acabou não dando certo. No início utilizávamos uma metodologia já conhecida e o nosso rendimento não era bom, depois desse dia decidimos que iriamos aperfeiçoar e criar a nossa própria metodologia. Passamos um (01) mês no laboratório e testamos dezesseis (16) metodologias até que chegamos naquela em que considerávamos rápida, prática, de baixo custo e com materiais do cotidiano. E, assim, a realizamos na Reunião Anual de Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura no Recôncavo da Bahia (2011) com o público do Ensino Superior e a sensação foi de dever cumprido e 100% de rendimento, tanto na produção do sabão quanto em nossa formação acadêmica.

Desde então, a oficina de produção de sabão é uma das mais solicitadas nas escolas participantes do programa e demais projetos do CFP/UFRB.
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Professor Msc. Tarcísio Fernandes Cordeiro

 

Licenciado em Letras, com habilitação em Língua Portuguesa e literaturas de língua portuguesa (1999), pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), campus X, Teixeira de Freitas. Possui especialização em Lingüística Aplicada ao Português: produção textual (2000) e em Literatura Brasileira (2003), pela mesma instituição e departamento da graduação. Também é mestre em Cultura, Memória e Desenvolvimento Regional (2007) pela UNEB, campus V, Santo Antônio de Jesus. Na condição de Professor Assistente da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), lotado no Centro de Formação de Professores (CFP), no município de Amargosa (BA), ministra regularmente as disciplinas Literatura e Diversidades; Historiografia, Crítica Literária e Cultural. Além de coordenar a Área de gestão de processos educacionais do PIBID/UFRB. Tem experiência na área dos Estudos Culturais, com ênfase em Literatura Brasileira Contemporânea, atuando principalmente com as seguintes temáticas: narrativa, identidade, memória e cultura.
lattes.cnpq.br/1390495027699509
 
Entrevista
1) Como surgiu a proposta para participares do PIBID?
Na verdade, ingressei na UFRB em janeiro de 2011 e naquela oportunidade a CAPES acabara de lançar um Edital do PIBID. Estava chegando à instituição e após decisão do colegiado de Letras, do qual faço parte, passei a colaborar na elaboração do projeto institucional e do subprojeto da licenciatura em Letras. Ao final desse processo recebi o convite, de outros colegas coordenadores, para assumir a Coordenação da Área de Gestão de Processos Educacionais do PIBID.

2) Qual a função de um gestor de processos educacionais?
Normativamente o meu papel é auxiliar a Coordenação Institucional na execução do projeto. Assim, tenho exercido atividades variadas, mas poderia destacar as ações políticas e pedagógicas que tratam, dentre outras possibilidades, da mediação com as escolas e as instituições parceiras do PIBID/UFRB. Do mesmo modo, também colaboramos nos processos burocráticos, que dizem respeito ao cuidado com a documentação, o registro de nosso trabalho e a organização de processos seletivos, eventos, reuniões e etc.

3) Em sua opinião o PIBID 2011 vem conseguindo alcançar seus objetivos dentro da UFRB? 
Acredito que o PIBID esteja contribuindo para a formação dos licenciandos de nossa instituição e é preciso ficar claro que esse é o objetivo central do nosso projeto. Um registro que ilustra bem tal perspectiva se deu durante o nosso último Seminário de Avaliação, realizado em agosto de 2012, em que pudemos ouvir dos bolsistas de iniciação à docência falas que registravam a importância do PIBID para a construção de suas identidades docentes. Para além deste objetivo central, o nosso edital tem contribuído para outras conquistas, a saber: i) maior diálogo com a escola básica; ii) ressignificação dos sentidos da condição docente; iii) releituras de espaços socialmente marginalizados; iv) intensificação dos debates relativos à interdisciplinaridade; v) articulação entre ensino, pesquisa e extensão.

4) Qual foi à importância da apresentação de trabalhos no último Seminário Interno para o PIBID?
Por uma questão de agenda, não pude participar do último Seminário do PIBID/UFRB. Contudo, acredito que a socialização dos conhecimentos adquiridos nas experiências cotidianas dos sujeitos que estão envolvidos em nossos projetos revela-se fundamental por diversos motivos, dentre eles destaco o fato de tornarmos pública as ações que são desenvolvidas, com atenção às questões relativas ao ofício educacional, bem como o desenvolvimento de estratégias de superação dos problemas com os quais nos deparamos na Escola Básica. Tudo isso, corrobora para que o PIBID/UFRB possa melhorar sua inserção junto à comunidade, bem como adequar-se as demandas do processo formativo de nossas licenciaturas. 

5) Qual a sua opinião sobre a criação do blog do PIBID Química?
Como profissional das letras, fico encantado com tal iniciativa, pois compreendo a palavra como ferramenta essencial no processo de ensino-aprendizagem. Para além desse importante aspecto, cabe registrar que o ambiente virtual possibilita maior dinamismo e interatividade das informações, além, é claro, de abranger um público maior. Por todos esses motivos reconheço como oportuna, inteligente e eficiente a iniciativa da equipe responsável pelo blog do PIBID Química. Desse modo, parabenizo aos organizadores pelo trabalho que estão desenvolvendo e agradeço pela gentileza do convite para essa entrevista.
 
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Professora Msc. Joelma Cerqueira Fadigas



Para nossa primeira entrevista do ano de 2013 convidamos a Professora Joelma Cerqueira Fadigas, Coordenadora de Gestão do PIBID/UFRB, para falar um pouco de sua experiência com o programa.




Licenciada e Bacharel em Química pela Universidade Federal da Bahia, é Especialista em Metodologia do Ensino Superior - Faculdades Integradas Olga Mettig. Possui mestrado em Química Analítica pela Universidade Federal da Bahia. Atualmente é professora Assistente no Centro de Formação de Professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - CFP/ UFRB onde ministra os seguintes componentes curriculares: Evolução das Ciências e Pressupostos Filosóficos para o Ensino de Química, Instrumentalização para o Ensino de Química, Estágio Supervisionado I, e Estágio Supervisionado I I. Foi Coordenadora do curso de Licenciatura em Química da UFRB (2010 - 2012) e atualmente é Coordenadora de Gestão do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBID/ 2012 nesta mesma Instituição.Tem experiência na área de Química, com ênfase em Análise de Traços, Química de alimentos e Ensino de Química, atuando principalmente nos seguintes temas: Química Ambiental, Digestão de amostras, Formação de Professores, Experimentação no Ensino de Química e Propriedade Intelectual. Atuou profissionalmente em escolas públicas e particulares do Ensino Básico, além de ter lecionado em Escolas Técnicas Federais (Cefet-Ba atual IFBA) e Estaduais (CETEP - Camaçari). Nestas Instituições de Ensino lecionou os seguintes componentes curriculares: Química Geral, Fisico-Química, Química Analítica Qualitativa, Química Analítica Quantitativa e Análise Instrumental.

http://lattes.cnpq.br/1469082487244623




Entrevista

1 - Qual a importância do PIBID?

O programa institucional à docência é muito importante para a formação inicial de todos os professores que estão fazendo a sua graduação agora e posteriormente, se tornarão profissionais da educação. Acredito que o programa seja importante por vários aspectos, primeiro, eu tive uma formação em licenciatura sem um programa de iniciação à docência, então fui formada na iniciação cientifica. A licenciatura antigamente era voltada para as pesquisas, até por que não existiam programas de iniciação a docência e sim iniciação cientifica e como sabemos o nosso curso (licenciatura em química) é muito voltado à pesquisa, mesmo aquele estudante que entrou no curso de licenciatura sabendo que deseja ser docente ele não tinha oportunidade de exercer essa docência antes de chegar ao estágio então particularmente acredito que a importância do programa se reflete na oportunidade que ele dá ao estudante de verificar antes mesmo do estagio sé é a carreira docente que ele deseja e o que ele pode fazer para mudar a educação do nosso país.

2 - É notório que o PIBID, é um programa que veio para contribuir, reformular e impulsionar o cenário da Educação no Brasil, o que a Senhora tem a dizer sobre a sua experiência com esse programa?

A minha experiência foi gratificante, primeiro porque entrei aqui na Universidade como professora da área do ensino de química sem ter, no entanto, um mestrado na área de ensino, meu mestrado é em química analítica, e quando fui convidada para fazer parte do PIBID como coordenadora de área voluntária, eu comecei a me inserir mais na pesquisa de ensino, o que fez com que eu revise as minhas praticas, além de observar as mudanças nos meus alunos, aqui tem alunos de 2009 que me disseram que não queria ser professor e que só vieram para o curso de química porque foi o único curso que conseguiu passar no SiSu, e hoje esses alunos já têm outro discurso, inclusive de que querem fazer mestrado na área de ensino de ciência, em ensino de química, isso é uma mudança muito grande na formação desses discentes, e para a educação no Brasil, porque teremos uma geração de professores que serão efetivamente professores pesquisadores como diz Perenot.

3 - Poderia explicar como funciona a gestão de processos educacionais para com o PIBID?

A gestão de processo educacional atua no PIBID juntamente com a Coordenação institucional intermediando a escola, o coordenador de área e a coordenação institucional, então, o papel do coordenador de gestão tem parte das mesmas atribuições do coordenador institucional, sendo que a diferença se dá pelo fato que a atribuição de execução financeira, prestação de contas a CAPES, é de responsabilidade da coordenação institucional, enquanto que a responsabilidade do contato com a escola e de reuniões com os coordenadores fica por conta da coordenação gestão. É a gestão educacional que acompanha o desenvolvimento dos subprojetos, além de saber como estar a produção acadêmica e promover reuniões com todos os coordenadores de todos os subprojetos, é uma intervenção entre a escola, a coordenação e os bolsistas. A gestão tem contato com todos os bolsistas desde os estudantes aos supervisores e coordenadores de área.

4 - Quais os desafios encontrados no projeto no decorrer desses anos?

Foram muitas, a primeira delas acredito ter sido a mais marcante. A ausência de supervisores, ou seja, de professores licenciados em química ou de áreas afins que pudessem participar do programa. Eu sei que essa dificuldade não é só do PIBID/UFRB por conta de estarmos no interior da Bahia, participei recentemente do encontro nacional do PIBID em São Luiz do Maranhão e eu vi essa dificuldade de vários outros subprojetos de vários estados, no entanto, ela continua sendo muito mais marcante no interior. A UFRB dentro do programa PIBID irá demorar um pouco para ter esses supervisores, que possam ser parceiros da escola, quando começamos como professor de química não tínhamos nem um, hoje a gente já tem supervisor formado em química já é um avanço, só que temos hoje quatro escolas aqui em Amargosa e apenas dois supervisores. Abrimos dois editais e não conseguimos selecionar supervisores pela ausência de docentes na região, mesmo aceitando docentes que não sejam licenciados, que ainda estejam em formação, ou que seja licenciado em outra área e esteja ensinando química, ele poderia ser supervisor, estamos em conversa com a CAPES para conseguir que o docente que é PST que é quem vem ocupando o papel de docente na região possa vim trabalhar conosco como supervisor. Porque nesse regime de trabalho o docente fica na escola menos de um ano, para o programa isso não é bom, pois quando o supervisor começa a saber o que é o PIBID e começa a participar das reuniões de formação o contrato dele acaba e ele vai embora, então isso é uma grande dificuldade.

5 - O programa vem alcançando suas expectativas nesta Instituição?

Sim. Se observarmos especificamente a nossa área, digo nossa área porque também sou química, o aumento da produção acadêmica principalmente na participação de eventos, elaboração de resumos expandidos, em vários eventos da área de química e de educação em ensino no Brasil e já caminhado para fora, a nível internacional aumentou significativamente de 2010 quando começou o programa a 2012. Tivemos um aumento gradual na produção acadêmica, além disso um aumento na satisfação e permanecia do aluno no curso, acabei de sair da coordenação e visualizo essa vitoria do PIBID, que é muito gratificante o aluno chegar e ter uma bolsa durante a formação, isso lhe dá uma vontade maior de ser licenciado, tornar-se professor. Já participei de reuniões, inclusive do PIBID Bahia em algumas universidades onde o pessoal questiona por que alunos de outros cursos que não sejam licenciatura não podem ser bolsistas PIBID, para mim é lógico, um aluno de engenharia não pode ser bolsista PIBID porque ele não vai atuar na sala de aula, pois vai contribuir pouco para a vida acadêmica dele, ao passo que para um futuro professor que é o aluno da licenciatura vai contribuir muito mais, esse desejo de estudantes de outras áreas que o PIBID se expanda até eles é fruto do bom trabalho que vem sendo desenvolvido em todo pais. Para se ter uma ideia, até hoje falo novamente do programa de química que foi o que eu participei e participo não como coordenadora de gestão, mas como coordenadora voluntária de área, até então tivemos apenas um trabalho recusado em um evento, todos os outros foram aceito e este mesmo trabalho foi corrigido e enviado para outro evento e foi aceito, O MESMO TRABALHO, então não da nem para contabilizar que o trabalho não foi aceito ele precisava de correções e quando a gente mandou já tinha tido muito trabalho eles se deram ao luxo de rejeitar e nem pedir para corrigir, então isso mostra que o PIBID por sí só ocupa um lugar significativo, principalmente na Química do Brasil, onde a alguns anos atrás não ocupava, essa área do conhecimento inclusive não fazia parte das áreas de Química.

*Clique para baixar a entrevista em áudio



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Professora Msc. Creuza Souza Silva




Entrevista II RECONCITEC.  Profª MSc.  Creuza Souza Silva
Ministrante do Minicurso: Comportamento Verde: Uma visão Sustentável da Química.


1) De que se trata seu minicurso?

De como a química é utilizada na forma verde, em sua forma sustentável.

     2) Para a senhora qual a importância do RECONCITEC?

A importância é consequência da divulgação, e   integração dos cursos, a conscientização da comunidade, e um isentivo para a divulgação dos nossos trabalhos na Universidade.

    3) E quanto a organização do evento o que achou?

Achei muito organizado, pois quando chegue encontrei todo o material que iria utilizar, fui bem recebida pelo monitor, e como resultado, tive a conquista de um certificado.

   4) Qual a dica que a senhora deixa para o próximo ano?

Apenas uma maior, divulgação que acarretaria em uma maior participação dos alunos.


http://lattes.cnpq.br/1893752337302928


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Professor Msc. Yuji Nascimento Watanabe


Dando continuidade à nossa pagina, entrevistamos o Professor Msc. Yuji Nascimento Watanabe coordenador do PIBID subprojeto de Química 2011.



Possui graduação em Licenciatura em Química Aplicada pela Universidade do Estado da Bahia (2000) e mestrado em Química pela Universidade Federal da Bahia (2002). Atualmente é professor Assistente I da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Tem experiência na área de Métodos Óticos de Análise com ênfase em Espectroscopia Laser. Atualmente é gestor do Núcleo de Extensão Universitária do Centro de Formação de Professores da UFRB, onde atua principalmente no curso de Licenciatura Plena em Química.


http://lattes.cnpq.br/8554538547731214



Entrevista


1) Como você recebeu a proposta de ser o coordenador do programa PIBID 2011? E quais suas expectativas iniciais?

Eu fui convidado para participar de uma reunião que tratava sobre o PIBID, na ocasião, descobri que era para desenvolver o projeto do edital 2011, foi no recesso do inicio do ano passado, na reunião, estavam presentes o professor Clarivaldo e eu, a professora Joelma viria, mas teve um problema, no entanto, justificou a ausência, como Clarivaldo já estava no PIBID 2009.2, eu fiquei responsável para escrever o projeto e consequentemente acabei me tornado coordenador.
A expectativa inicial era resolver o problema de colocar a química no ensino fundamental, já que projeto era voltado para o ensino fundamental 2. Como o curso de licenciatura em química habilita apenas para o ensino médio, a expectativa era como reportar aquilo que os alunos estavam estudando para o ensino médio e fazer também essa transposição de dados para que pudéssemos trabalhar no ensino fundamental. Chegamos a conclusão de que deveríamos trabalhar com crianças especificamente do nono ano, ou seja, quando a química e a física conseguem trabalhar, e optamos também fazer um projeto interdisciplinar com os alunos de química e de física, basicamente, e que conseguíssemos utilizar o que eles aprendem na universidade para trabalhar com crianças de 12, 13 anos, no momento em que estão terminado o ensino fundamental. 

2) Qual sua opinião sobre a proposta do programa PIBID para a educação brasileira?

É uma proposta interessante porque aproxima a universidade da escola básica, nós temos uma grande dificuldade, a de transformar o que aprendemos na universidade na sala de aula. Muita coisa evoluiu principalmente no currículo de professores de licenciatura de ciências exatas, na minha época, por exemplo, não tinha disciplinas específicas no ensino de química, estudávamos as disciplinas pedagógicas e depois as específicas, no cotidiano aprendíamos a associar ambos os conhecimentos.
Então houve uma evolução no currículo, e a visão que eu tenho do PIBID é que ele tem a capacidade de ampliar o potencial que o aluno desenvolve na universidade, de maneira a explorar a interdisciplinaridade. Assim, o PIBID potencializa as habilidades dos discentes desenvolvidas na universidade, e permite que o aluno aplique-as no seu cotidiano. Outro fator relevante do programa, é que durante a realização das atividades, os bolsistas desenvolvem ou não o anseio pela docência, surpreendendo muitas vezes os discentes que têm uma expectativa da docência diferente da realidade. O nosso curso tem um problema adicional, o fato de que os alunos entram não com o objetivo de ser professor, mas de ser químico, o que é permitido pelo Conselho Regional de Química, mas não é a identidade do curso de licenciatura. Por isso quando o aluno passa a conviver no PIBID se deparam com duas possibilidades, os que se descobrem como professor e outros que não querem o que é bom, porque essa decisão é tomada antecipadamente e consequentemente não formará um profissional que não desempenhará suas funções como se espera. Então o principal objetivo do PIBID é que ele aproxima o licenciado da realidade da sala de aula, que acaba tendo algumas expectativas confirmadas e outras não, ele consegue definir o que ele quer para a carreira dele, e associar o que acontece na universidade com o cotidiano.

3) Em sua opinião qual a importância do PIBID para os discentes que fazem licenciatura em química?

A principal importância é que o discente descobre o foco da sua carreira. Opta-se pela docência ou não. E os que não querem ser professor de escola básica fazem a escolha de continuar a carreira acadêmica para posteriormente se transformar em um professor universitário.
Cada careira tem uma importância particular, uma delas é a de professor do ensino básico que é imprescindível para a educação. Por isso ainda há profissionais que possuem mestrado e doutorado e continuam atuando nessa área. Pois gostam do magistério e do contato com os alunos que o mesmo proporciona.
Para fechar essa questão há uma vantagem adicional quando comparamos o em PIBID ao estágio. Primeiramente o PIBID não substitui o estágio, pois são coisas bem diferentes, quando envolvido no programa tem-se oportunidade de ficar intimo da escola, e de ver como ela funciona por dentro, normalmente no estagio tem-se objetivos definidos, você tem uma situação direcionada já sabendo o que vai fazer e como vai terminar, no PIBID não, a pessoa se envolve com outras coisas inclusive além do magistério, acaba descobrindo que na escola existem disputas políticas, trabalhos comunitários e outras coisas que vão além do que o estágio oferece.

4) Quais foram os desafios encontrados até o presente momento pelo PIBID subprojeto de Química 2011? E quais as soluções encontradas?

Um problema que não conseguimos resolver e estamos tentados a resolver agora é o caso dos recursos financeiros para implementar as ações. Os recursos demoram muito a chegar e quando chegaram tínhamos trocado o coordenador institucional, por isso tivemos que devolver os recursos para que fossem depositados na conta do novo coordenador, o que ocasionou muitos problemas e dificultou a execução das ações planejadas.
Em relação à realidade escolar, a principal dificuldade que encontramos é com a inabilidade dos professores, tanto supervisor como os outros docentes que colaboram com o projeto. Em geral os professores que estão na sala de aula ensinando ciência, Física ou Química são profissionais que não tem sua formação acadêmica nesta área, normalmente são professores que fizeram outra licenciatura que não seja aquela em que atua. De certa forma o PIBID vem sendo muito importante para a escola nesse sentido, reconhecendo as dificuldades do professor e auxiliando o mesmo com o planejamento de suas aulas, e na elaboração de algumas atividades diferenciadas na sala, para estimular a participação do aluno. Apesar das dificuldades obtemos algumas vantagens como, por exemplo, na escola Dinorá que apesar do supervisor não ter formação em ciências nem em biologia, ele tem professores colaboradores que participam ativamente do projeto, conseguimos criar uma relação na escola que tem facilitado muito o nosso trabalho. Além de Edson que é supervisor e que é pedagogo, temos Nara e Cintia que são biólogas que colaboram muito com o projeto. Na escola Santa Bernadete houve um problema que não era esperado, a greve dos professores estaduais, que comprometeu seriamente o andamento do PIBID, no momento está tentando retomar as atividades que cessaram com a paralisação, mas temos uma dificuldade que é a necessidade de reposição de aulas que os professores que nos auxiliavam estão comprometidos para poder fechar o calendário, o que acarreta numa diminuição no tempo disponível para o PIBID.
Basicamente tivemos essas três dificuldades: a do orçamento, a diferença das formações inicias dos docentes, e especificamente a greve dos professores estaduais na escola Santa Bernadete.

5) Quais foram as contribuições do PIBID subprojeto de Química até o momento para a educação no município?

Basicamente nosso trabalho é no Dinorá, uma escola municipal. O que estamos desenvolvendo, é na tentativa de modificar o cotidiano da escola, desde o inicio do projeto que discutimos com os bolsistas, supervisores e professores que o objetivo do PIBID não era apenas criar situações especiais que chamassem a atenção do aluno, mas o objetivo primordial é criar recursos que possam ser utilizados no dia-a-dia, e ai sim fazer a diferença no ensino de química.
Dentre as coisas que já conseguimos desenvolver tivemos uma visita dos alunos do nono ano à universidade, onde conheceram os laboratórios e realizamos uma aula prática, esta foi uma iniciativa de um estudante bolsista do Dinorá, Laércio, este foi um evento especial, resultado de uma série de ações que já haviam sido realizadas na escola, através de experimentos, desenvolvimento de aulas diferenciadas usando matérias como data-show, computadores e demonstrações que foram feitas ao longo do ano. Agora estávamos planejando uma feira de ciências que seria para fechar o ano, utilizando justamente os conteúdos que foram trabalhados ao longo das três primeiras unidades, infelizmente isso não vai ser possível, o projeto da feira de ciências já estava pronto, mas vamos ter que esperar até o próximo ano. E como premio de consolação vamos fazer oficinas com os alunos e dessas oficinas serão gerados produtos que serão expostos pelos mesmos(alunos do nono ano e de duas ou sétimas séries, envolvidas também no projeto, fizemos questão de não fazer nada que chamasse a atenção e que saísse no Amargosa News, o nosso objetivo foi mudar a realidade da sala de aula, proporcionar aos alunos participação no planejamento das aulas, do acervo das avaliações, sempre discutido e contribuindo com soluções para problemas da turma. No Santa Bernadete estamos com problemas com relações a isso porque não pudemos acompanhar as aulas ao longo da greve, basicamente o que estamos planejando fazer lá, além de ajudar nos planejamentos das aulas, é trabalhar com oficinas direcionadas de química e física no nono ano, para tentar otimizar o pouco tempo que resta.




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Professor Dr.
Clarivaldo S. Sousa

Para darmos inicio a nossa página, entrevistamos nosso ilustre Diretor do Centro de Formação de Professores CFP/UFRB e Coordenador do PIBID subprojeto de química 2009.2, Professor Clarivaldo. 

Graduado em Química Aplicada pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB (1996), mestrado em Química Analítica pela Universidade Federal da Bahia UFBA (2000) e doutorado em Química Analítica, também pela Universidade Federal da Bahia (2004). Especializado em Gestão de Instituições de Ensino Superior pela Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) e em Administração Tributária pela Universidade Castelo Branco (UCB)

http://lattes.cnpq.br/4628373511170851

Entrevista 


1) Como se deu seu contato inicial com o PIBID?
Resposta - Meu primeiro contato com o programa PIBID se deu através da elaboração da proposta (sub-projeto) do curso de Licenciatura em Química PIBID cuja proposta geral é intitulada A Pesquisa Colaborativa na iniciação à docência: uma ação entre a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB e escolas de Ensino Médio de Amargosa-Ba.
A proposta geral foi submetida ao Edital Nº. 02/2009 – CAPES-BED, conjuntamente com cinco sub-propostas das licenciaturas do CFP, incluindo-se a Licenciatura em Química.

2) Como o senhor vê a realidade da Licenciatura em Química hoje no Brasil?
Resposta - De certa forma tem-se observado uma melhoria na realidade das licenciaturas, de um modo geral, muito embora ainda esteja aquém das expectativas.
No contexto atual, em que o Brasil enfrenta escassez de professores para o ensino básico, começa a ganhar corpo uma mobilização nacional pela melhoria da qualidade da educação colocando as instituições de ensino superior diante de um grande desafio: Viabilizar os cursos de licenciatura com qualidade.
Em um recente estudo realizado pelo INEP, faltam cerca de 235 mil docentes no Brasil, principalmente para o ensino de física, química, matemática e biologia.
Uma notícia promissora diante deste quadro é a implantação do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) - lançado pelo Ministério da Educação, o qual prevê que Governo Federal, Estados, Municípios e Escolas assumam o compromisso de tomar medidas em prol da melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem até 2022. Esta medida traz, necessariamente, o foco das atenções para a formação docente.
Outro ponto que pode ser considerado positivo são os programas que o governo federal tem desenvolvido no sentido de promover ações pedagógicas voltadas para a melhoria da qualidade das licenciaturas em seus variados aspectos.
Podemos citar como exemplo disso o Programa de Consolidação das Licenciaturas e o Programa de Iniciação à Docência (PIBID) que tem como objetivo básico desenvolver no licenciando o prazer pela prática da docência.

3) Na sua opinião, esse tipo de programa pode ajudar a preparar melhor o futuro professor de Química?
Resposta – Sim, inclusive na fala anterior já contemplei parte desta pergunta. Os programas atuais visam, de um modo geral, a melhoria de todas as licenciaturas.
Relativamente ao ensino de química (ciência eminentemente prática) a elaboração de sub-projetos que contemplem atividades práticas do cotidiano, associado ao desenvolvimento de oficinas e feiras de ciências, tenderão a melhorar significativamente o ensino da química, desenvolvendo no futuro professor uma visão de contextualização do conteúdo programático.
Através destes programas, tenderemos a formar um professor que esteja apto a fazer do campo um laboratório de práticas, estudos e pesquisas.

4) Quais foram os maiores desafios enfrentados durante estes dois anos de desenvolvimento do programa?
Resposta – O primeiro desafio como não poderia deixar de ser, foi dar inicio às atividades propostas atentando para o cumprimento de todas as etapas planejadas. No ensejo de elaborar um projeto que atendesse a todos os nossos anseios, como docentes, elaboramos sub-projetos com uma quantidade significativas de ações, de forma que tivemos um certo receio quanto ao desenvolvimento de todas as etapas previstas, atentando para o aspecto da qualidade de cada uma delas e o acompanhamento do docente bolsista, nosso alvo principal. O projeto só seria bem sucedido se houvesse engajamento com conseqüente observação do aprendizado dos orientandos.
Contudo estes anseios foram rapidamente superados quando começamos a desenvolver as atividades e vimos um grande retorno por parte dos alunos. Chegamos até a nos confortar, visto que muitas das ações que têm sido desenvolvidas não estavam nem planejadas, ou seja, a maioria dos alunos superou aquilo que estava previsto no projeto (especificamente no seu plano de trabalho), impelindo-nos a reformulá-los freqüentemente.

5) Qual o seu ponto de vista, com relação ao crescimento dos bolsista, desde o início do programa ate o presente momento?  
Resposta – Através das ações previstas no projeto PIBID, as quais preconceberam a inserção dos bolsistas no ambiente escolar desde os primeiros momentos, observou-se uma significativa mudança de postura por parte dos alunos bolsista, notadamente dentro da sala de aula.
Certamente estas mudanças devem-se ao fato do aluno começar a entender, desde o início, o funcionamento do ambiente escolar, seu funcionamento, os conceitos de práticas pedagógicas e as relações que se estabelecem dentro deste ambiente entre seus diversos atores.
Observando-se estes e outros fatores dentro das escolas (seu futuro ambiente de trabalho) conduz o discente a fazer um paralelo entre as questões e conceitos que ele está aprendendo em sala de aula com o que ele está presenciando no cotidiano. Neste contexto, o aprendizado tem se tornado muito mais significativo, o que pode ser facilmente observado através da mudança de postura do discente: uma postura investigativa e propositiva.


Clarivaldo S. Sousa.